Ahhh Chapada, tão linda, tão mágica e tão aqui do lado. Fico me perguntando porque demorei tanto para conhece-la. Deixo registrado o meu agradecimento as dicas das minhas amigas Marcela e Nathalia Ferrentini para indicação de guia e dicas de passeios legais… Tudo isso foi muito útil quando cheguei lá e descobri que só na região tem mais de 1.000 cachoeiras e eu só tinha 4 dias! Mas vamos por partes…confira agora o que fazer na Chapada dos Veadeiros.
COMO CHEGAR A CHAPADA DOS VEADEIROS
Primeira decisão que você tem que tomar é, por onde você quer ir para a Chapada dos Veadeiros. Ela fica entre Goiânia e Brasília e independente do ponto de partida você precisará alugar um carro. Brasília é mais perto, em torno de 3 horas dirigindo. Organize com antecedência, pesquise muito e escolha que categoria de carro você vai pegar, faz toda a diferença.
Eu decidi voar pra Brasília que costuma ter os voos mais baratos a partir de São Paulo (não agora que está tudo o olho da cara) #voltaavianca #aireuropacadevoce. De Brasília, no aeroporto mesmo eu aluguei um carro com a Movida. Escolhi a Movida porque eles estavam com uma mega promoção do valor do aluguel do carro convertido para milhas na Multiplus, e vocês já sabem como eu sou a louca dos pontos hahahahahaha. Ouvi muito que precisava de um carro categoria SUV por conta das trilhas para as cachoeiras e no fim por uma questão de grana, optei por um carro popular mesmo (tava mais caro alugar uma Duster que pagar a passagem e o hotel, to fora).
Ai você vai me perguntar:
– Dá pra ir com carro popular?
– Dá, mas você precisa ter em mente que a maioria das trilhas são off road e tem pedra, tem buraco, tem subida na areia, tem tudo. Você não pode ir com o carro cheio, tem que manjar de direção e pelo amor de deus, vai devagar. Um seguro extra para pneus e vidros é muito bem-vindo também.
03 horas de carro, estrada tranquila, aquela imensidão de cerrado e natureza na sua frente. Que maravilha! Chegamos na cidade de Alto Paraíso de Góias, a mais habitada entre 3 cidades que circundam as cachoeiras (Alto do Paraíso, Cavalcante e São Jorge). Nem cheguei a conhecer Cavalcante e vou dizer, que fiquei feliz em ficar em Alto Paraíso, a noite é mais agitada lá, dá pra dar uma volta no centrinho, tomar uma cerveja, ver gente passeando.
A ESCOLHA DO HOTEL NA CHAPADA NOS VEADEIROS
A escolha do hotel também foi um ponto sensível, tinha indicação de lugares maravilhosos e muito caros e os lugares econômicos eram muito simples mesmo, zero conforto. Depois de rodar o site da Booking, airbnb do avesso, achei uma pousada bem simpática chamada Paralelo 14 e no fim atendeu super bem (Pousada Paralelo 14, Alto Paraíso de Goiás, Brasil).
Eu basicamente a escolhi porque achei o jardim uma graça e pela proximidade do centro, mas mesmo assim você precisa do carro pra tudo que ela fica no meio da estrada chegando à cidade. Tem estacionamento privativo, café da manhã não incluso, mas bem gostoso e justo e o jardim é maravilhoso mesmo, pra deitar-se na rede do lado das carpas e relaxar sem ver o dia passar (guarde tempo pra isso).
Legal, e as cachoeiras?
São maravilhosas =)
Acho que o jeito mais fácil é contar o que fiz dia por dia, porque amigo, se você não se organizar, o dia passa e você vai terminar a viagem com aquela sensação que não foi em nenhum lugar que as pessoas estão te indicando.
E assim, tudo bem também sabe, eu fui com a ideia de fazer uma viagem de qualidade (zero celular e aproveitamento da natureza), de passar o tempo que dava na telha no lugar, de acordar sem pressa, de misturar lugares longes com lugares pertos e porque não sair um dia as 07h e voltar as 21h e jantar no restaurante mais chique da cidade com o biquini molhado por baixo da roupa kkkkkk.
DIA A DIA NA CHAPADA
1º dia – Chegamos em Brasília 8hrs, pegamos o carro, direto para Alto Paraíso. Curtimos a tarde na cidade, tomamos uma cerveja em um céu estrelado, rodamos o comércio, ouvimos música na pracinha em frente do centro do turista (CAT) e dormimos cedo.
2º dia – Fomos conhecer a Pousada Fazenda São Bento que fica no caminho de São Jorge. São 3 atrações no mesmo lugar e a entrada é salgada, mas vale para passar o dia. Conhecemos as cachoeiras Almécegas I e II, uma impressiona pelo tamanho da queda e a outra pela água congelante rs. Dá para nadar, é lindo, mas a água é surreal de gelada. Na fazenda também tem uma cachoeira na entrada que estava lotada, por ter fácil acesso, e achei desnecessária. Você paga um valor único pelas 3 atrações.
De lá fomos ao Vale da Lua, que são formações rochosas de uma montanha que caiu dentro do rio. Dá pra acreditar? É um lugar bem místico, como a maior parte da Chapada, tem uma vibe bem gostosa, principalmente se você parar e observar aquela vegetação ampla e a água correndo por entre as pedras.
Continuamos a caminho de São Jorge e acabamos o fim de tarde no centrinho da cidade não asfaltada para conhecer a famosa risoteria – Santo Cerrado Risoteria – com vista para o pôr do sol que parece movimentar a cidade toda. Ouvi dizer de uns forrós no centrinho mas quem eu conheci que foi, disse não ser dos mais empolgantes.
3º dia – Estava rolando um festival na cidade, mas nós queiramos mesmo era conhecer a Catarata dos Couros. Não é obrigatório, mas eu te indicaria contratar um guia, porque sem ele, só a estrada pra chegar lá já é f***. E com guia você tem aquele benefício de estar no lugar certo na hora certa sabe? Curtimos o passeio inteiro praticamente só nós nos pontos de mergulho, e quando cansávamos de admirar aquela maravilha, prontos para a próxima parada, estava chegando A galera da excursão. Então, valeu muito mesmo. O valor é tabelado, você vai pagar R$ 150,00 e terminar o dia almoçando em uma fazenda maravilhosa de moradores da região. Aquela comida forno a lenha, caseira, simpática.
O passeio foi maravilhoso, poderia ter sido mais ainda se não tivéssemos dividido nosso guia com aquelas blogueirinhas que fazem book e não tiram o celular da mão, mas nós conseguimos nos afastar das redes sociais e curtir aquele lugar do jeito que ele merece. Em silêncio, na paz. Só a Catarata dos Couros são quatro paradas para banho e você consegue entrar de cabeça embaixo de uma queda d´água com arco íris, ah gente, é muito maravilhoso, sério.
4º dia – Depois da maratona trilha, optamos por conhecer algo mais perto e fomos a cachoeira das Loquinhas. Nós quase desistimos pois se pagava R$ 40,00 por pessoa para entrar e fomos informados que metade dos poços estava com o nível de água baixo e não dava pra ver nada. No fim já estávamos lá mesmo, entramos e ainda bem que não desistimos.
Fomos privilegiados por um poço exclusivo só pra nós por quase 1 hora, ali só relaxando naquela água cristalina e sol batendo no rosto, só alegria. Terminamos o dia assistindo o jogo do Brasil no final da Copa América – Vai Brasil!
5º dia – Deixamos o último dia para aproveitar o jardim da pousada, relaxar na rede, ler um livro antes de pegar a estrada de volta a Brasília. Ainda conhecemos os pontos turísticos da cidade na parte de tarde e voltamos a São Paulo de noite, depois de devolver o carro na locadora sã e salvo. Eu particularmente não gostei muito de Brasília, achei a cidade muito cinza, engessada. Para uma cidade que foi planejada achei tudo muito redondinho, vias longas e confusas. Valeu para conhecer o Planalto.
PASSA RÁPIDO E VALE A PENA VOLTAR
Sei que a viagem passou em um piscar de olhos e que a Chapada dos Veadeiros tem muito mais para oferecer. Tranquilamente faria outra viagem para lá para aproveitar muito mais, e acho que isso que é legal, você voltar e curtir coisas novas. Tem outras trilhas de dia todo com guia, tem o Mirante da Janela que fez falta nesse passeio, tem Santa Barbara e todo o Parque Nacional da Chapada. Tem a cidade de Cavalcante e mais as 999 cachoeiras que ouvimos falar. Mesmo assim curtimos muito os lugares que fomos.
Ah, já ia quase me esquecendo! A Chapada tem essa coisa mística, de louvação ao sol, a lua, aos Ets (!), porque não? É uma vibe vegetariana, hippie paz e amor. (Ainda me lembro da moça gritando “No meat” na pracinha no fim do show, falando de como a vida sem carne era maravilhosa). Eu, carnívora que sou, com todo respeito, não consegui entrar muito na onda, mas valeu mesmo assim. Dica de ouro: O importante é você respeitar as diferenças 😉
Foi bom para desestressar da correria de São Paulo, para namorar e conhecer um destino lindo que eu mal conhecia, mas já amo.
Natália Sorrentino